terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Você sabe que dia é hoje?

Olá galera.
Sabe que dia é hoje?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Black Bass à Mosca – Considerações







A cada ano tento desvendar a vida de algum peixe, dedicando grande parte de minhas pescarias ao indivíduo pretendido, mas nestes últimos dois anos, estive praticamente obrigado a conviver com um indivíduo muito curioso e até certo ponto apaixonante. Tive a oportunidade de explorar este íctio em diversos terrenos diferentes, desde espraiados rasos e desertos, até profundo grotões cheios de vegetação, desde estruturas e coberturas submersas, drops, passando por centenas e centenas de quilômetros de campo subaquático de flora rica e exuberante, aparentando mais um campo de futebol do que o leito de um lago.

O mais marcante para mim nesta experiência foram as diversas realidades que confrontei, muito diferentes entre si, desde o raciocínio da construção estratégica até a execução, propriamente dita, entre a pesca feita desde a margem e a pesca feita desde um barco, principalmente no que diz respeito às conclusões e observações técnicas. O que notei em seu comportamento e relatei abaixo foram muitas vezes tão contraditórios frente as centenas de artigos técnicos que li ao longo dos anos, que relutei muito antes de redigir aqui meu caderninho de anotações em sua totalidade, mas como não tenho medo de criticas e sei que nenhuma verdade é absoluta, coloco minhas impressões de forma aberta para que aplaudam ou apedrejem a seu bel prazer.

Bom, tenho que considerar que as massas de água que explorei em nada se comparam com aos locais que os grandes campeões e escritores de artigos técnicos pescam, mas são locais naturais, totalmente rústicos e os peixes que pesquei, em sua totalidade, viviam livres, em ambientes sem controle ou influencias humanas diretas e sem poluição. Pesquei da forma mais simples e buscando sempre a observação intensiva dos íctios, buscando em 90% das ocasiões pescar no visual e acompanhar todo o desenvolver dos ataques ou recusas.

Por este motivo, acredito piamente em muitas de minhas colocações, mesmo que elas divirjam da literatura usual.

Boa leitura a todos e espero que gostem e me encontro 100% aberto a discussões sobre o assunto, desde que eu conheça o terreno e as condições de pesca.
Ultrapassei dias de vento cortante, sol escaldante, chuva intermitente, temperaturas negativas até os mais deliciosos finais de tarde primaveris, passei centenas de horas caminhando por diversos lagos artificiais e naturais de minha região, centenas de horas anotadas em meu caderninho, centenas de horas em solitário, acompanhado por vezes somente pelos indivíduos que capturava. Outras vezes acompanhado por ínfimos amigos e muitas delas, acompanhado por meu mestre, a quem devo muito mais do que sonharia dever no quesito evolução pessoal e haliêutica.

Aprendi a pescar o Black Bass aqui em Portugal caminhando ao longo das margens das mais diversas lagoas da zona central do País, já fiz pescarias embarcadas, de Pontoons, Float Tube e até de caiaque, mas as minhas investidas mais produtivas e gratificantes até hoje, foram feitas através da margem, frente a frente com o inimigo e não pelas costas dele. O que transforma a pescaria em um jogo de gato e rato, onde o mais técnico ou especializado irá prosperar, e as vantagens todas estão do lado do peixe, não tenho margem de dúvidas disso, pois muitas vezes, não existe como trabalharmos com nosso equipamento e outras centenas de vezes não temos como acessar o ponto do peixe de forma aberta, devido às arvores, galhos, juncos, areias movediças, etc. O que nos deixa, muitas vezes, em xeque.

Não fosse pela qualidade do exercício agregado à atividade em si e não fosse pela miríade de detalhes e enriquecimento de informações que se obtém desta forma, abandonaria minhas botas altas de borracha e compraria um pontoon ainda hoje.

Mas nem tudo são pedras neste caminho, pois o contato com os hábitos alimentares de determinadas espécies é bem mais vivo e intenso do que se eu pescasse embarcado, pude assistir da margem, caçadas mirabolantes, fugas espetaculares, demarcações de território, acasalamentos, desovas, e centenas de outras maravilhas que só o contato direto poderia oferecer. Pude ver minhas lagoas florirem, mudarem de cor, encherem-se nas chuvas invernais e baixarem seus níveis devido ás regas constantes e seca do verão. Pude ver suas águas desde completamente tomadas e revoltas, após dias de vento e tão cristalinas e transparentes quanto o ar em nossa volta, transportando-nos sem delongas para dentro da casa dos peixes.

Percas, carpas, pimpões, lagostins, rãs, cobras, lagartos, insetos terrestres, patos, coelhos, aves diversas, pude acompanhar a vida de todos ao longo de dois anos, conhecendo-os como se fossem meus vizinhos ou conhecidos. Pude ver a floreada dos campos na primavera e pude caminhar sobre seus caules secos no fim do inverno, para poder revê-los a florir e vestirem-se em novos tons nas novas estações que viriam... 

Dois anos atrás de um único indivíduo, não sei se foi um castigo ou benção, digo isso pois o Black Bass foi um dos peixes que eu mais critiquei durante minha trajetória como mosqueiro, da mesma forma que condeno todos os peixes ou espécimes introduzidas de forma quase criminal, sem a realização de algum estudo sobre o habitat onde ela está sendo introduzida. Posso estar redondamente enganado e muitas pessoas podem me apontar o dedo e me crucificar depois desta minha confissão, mas acho, pessoalmente, um ato hipócrita a desvalorização de um ecossistema inteiro apenas para realizar o prazer pessoal, egoísta e egocêntrico de poucos. Poucos que se mobilizam e fazem “peixamento” com espécimes alienígenas ou exóticos, julgando que estão defendendo uma espécie e no entanto estão apenas a ajudar a engordar cada vez mais os cofres de uma indústria que não tem nos ajudado muito. O mesmo penso da introdução, na natureza, da truta, da tilápia, da carpa, do peixe gato, mas não vou discutir isso aqui, só o futuro e as autoridades competentes podem julgar e executar as penas ou sentenças. 

Bom, voltando aos fatos... Se não fosse por uma espécie alienígena, eu não estaria tendo o prazer de compartilhar parte de minha vida com vocês, quem sabe eu não teria tido mais tempo para buscar outros peixes, buscar os peixes nativos da região, se bem que na região onde estou existem tão poucos rios que eu acabaria sendo impelido ao mar e o mar aqui não é pra qualquer grumete, os homens do mar nesta terra Lusitana, tem que ser tão duros quanto os rochedos que se amontoam pela costa e tão imponentes quanto os penhascos e falésias que separam muitas e muitas vezes o adulto da criança, e escondem mortes em cada pedra solta e sustos a cada lufada repentina de vento. Vemos aqui a força do mar, pela quantidade de viúvas enlutadas nas ruas das cidades costeiras, mulheres de olhar perdido no horizonte ou nos altos rochedos, esperando seus amados retornarem ou na vã esperança de um dia ir de encontro a eles.

Um peixe alienígena me ajudou a passar quase um ano distante dos amigos, da esposa e da filha, me ajudou a vencer meus obstáculos e me ajudou a ter forças para seguir em frente quando todos os caminhos pareciam seguir para o outro lado. É por este motivo, que aprendi a amar o peixe que eu mais detestei, aprendi a respeitar o oponente que eu nunca desejei e aprendi a considerar sua força e sobretudo, seu direito a vida.

Técnicas e comportamento

Não afirmo aqui que esta seja a estação mais adequada para a pesca com moscas, pois acredito que o halieuta que domina a técnica de pescar desta forma específica abandona o espectro frio de pescador para ser transformado em um artista das águas, mas afirmo com todas as letras que é a melhor estação para se iniciar nesta arte devido a busca incessante de alimento por parte do peixe e pela facilidade de se obter freqüentes captura de pequenos e médios exemplares, entre 20 e 35cm, podendo ocorrer grandes capturas no início da estação até mesmo para o mais pueril aventureiro, proporcionando ao aprendiz ou iniciante deste aliciante íctio uma fase de contato, observações e descobertas ímpares; desde seu habitat, suas estruturas prediletas, sua forma de atacar, de se deslocar, de lutar, de se defender e especialmente sobre sua afamada curiosidade e peculiar forma de analisar e abordar a presa. Descobertas, estas, que levarão muitas vezes até o mais paciente e metódico pescador a vislumbrar os altos muros que separam a insanidade da razão, quiçá beijar-lhes-ão as grades de seus portões, implorando por um ingresso.

Pescar predadores rústicos com plumas pode não parecer muito empolgante para a grande maioria dos mosqueiros, principalmente para aqueles que veneram a pesca das trutas, mas lembro que o achigã em alguns aspéctos, faz-nos lembrar dos salmonídeos e uma boa jornada de pesca ao achigã é capaz de seduzir e marcar por toda a vida até o mais purista e reservado dos plumistas, devido principalmente a sua eficiência correlacionada diretamente com suas exigências técnicas ao longo do ano. Um jogo onde a tática, técnica e perseverança do pescador o põe constantemente em “Xeque” diante de um adversário bruto, inteligente e muito perspicaz.

Muito embora a pesca deste íctio seja disseminada e vivida especialmente por pescadores de Bait Casting, ou Spinners, sua prática com moscas revelar-se-á muito prazerosa, convertendo-nos em pescadores-caçadores.

Para quem pesca da margem por quase todo o ano, como eu, faz-se notório as fases em que os peixes posiciona-se com maior intensidade nas orlas e sob estruturas rasas em busca de alimento e justamente no Outono, abre-se uma “janela mágica” incomparável. Com a temporada das trutas fechada e as quedas bruscas de temperatura, o plumista pode encontrar seu porto seguro em um rival sem precedentes na história ictiológica lusitana, quiçá peninsular. Um rival que alia força, destreza e ferocidade. Adjetivos ímpares, a altura dos mais nobres combatentes.

O movimentar frenético que esta estação exige destes astutos predadores nos atenta ao fato de que eles acumularão o máximo de energia para enfrentarem as duras penas do inverno que se anunciará enfaticamente dia após dia e neste avançar cíclico natural, seu metabolismo irá sendo frenado, fazendo-o se deslocar com igual progressão para águas mais profundas. Reduzirá então seu biorritmo progressivamente até encontrar-se no centro da estação fria, assumindo lentamente um estado de imobilidade que pode chegar, em algumas regiões, à letargia. Uma vez acomodado dentro de uma zona termal estável, em geral abaixo dos 6 metros de profundidade, deslocar-se-á muito pouco em busca de alimento.

Mas nesta época do ano, Outono, nosso oponente tem a consciência instintiva das mudanças que o assolarão em breve e por isto, lançam-se obstinados, patrulhando solitariamente ou em pequenos grupos de forma frenética e compulsiva, investindo contra qualquer possível presa que se movimente dentro de seu campo de ação. Caça em todas as alturas da coluna d’água e em toda e qualquer estrutura ou cobertura disponível faz-se presente, podendo ser encontrado desde as margens de exuberante flora em busca de macroinvertebrados, batráquios e íctios adultos ou em fase alevinar. Também patrulham dos espraiados mais rasos e teoricamente desertos até os mais profundos “drop off” repletos de vegetação em busca de anelídeos, gastrópodes ou crustáceos como o lagostim, por exemplo.

As mais variadas técnicas podem ser utilizadas neste período com maior ou menor eficiência dependendo da atividade do peixe naquele determinado dia.

Costumo, antes de definir como irei pescar, observar o lago por alguns minutos, tentando identificar o tipo de movimentação que está ocorrendo naquele momento e o tipo “provável” de alimento disponível baseado no deslocamento dos peixes ou seu comportamento. Caso não consiga vê-los ou definir isso, começo minha atividade utilizando a técnica de pesca “ao sentir”, sem efetuar arremessos muito maiores que o leader ou pouco mais que um ou dois metros de seda.

Se os Achigãs estiverem junto à margem, estáticos e de olhos fixos na vegetação, irei usar ninfas grandes em anzóis #12 ou #10 que imitem zigópteras, anisópteras ou pequenos batráquios, mais ou menos lastradas dependendo da profundidade que os peixes estejam.

Se estiverem em deslocamento constante a meia água, perto dos drop off visíveis, daremos preferencia aos streamers que imitem alevinos entre os 4 e 7cm e se esta movimentação se concentrar próxima ao fundo, utilizaremos grandes ninfas que possam sugerir um peixinho, um anelídeo ou crustáceo em fuga.

Se estiverem dispersos dentro da vegetação ou sob a mesma, próximos da superfície, utilizarei poppers ou sliders.

Para explorar estruturas mais distantes, os poppers e streamers com anti-algas são muito bons por serem flutuantes e enroscarem pouco nos galhos ou raízes, além de trazer o peixe à superfície nos dando a possibilidade de afastá-lo da estrutura trazendo-o para um campo aberto para o combate, onde seu único mecanismo de defesa serão os saltos espetaculares e sua descomunal força.

Seja com ninfas, streamers ou poppers, o importante é perceber qual o tipo de recolhimento ou trabalho de isca que o peixe exige naquele momento... No Verão, os trabalhos contínuos costumam ser melhores, mas no Outono, devido principalmente ao comportamento oportunista que o Achigã apresenta, bem como muitos predadores são obrigados a assumir, os movimentos erráticos e pausados são os mais eficientes, dado que ele escolherá atacar a preza que venha a consumir um menor índice de calorias durante a captura e tentará manter a qualquer custo sua equação primária “energia ganha X energia empregada” sempre positiva.

Estruturas, drops e coberturas.

O drops sempre surpreendem pela quantidade de animais que abrigam e protegem, principalmente se produzir longos períodos de sombra durante o dia, podendo assim ocultar os mais diversos predadores. As coberturas tais como arvores na margem, juncos, capins aquáticos e nenúfares devem ser explorados exaustivamente, principalmente nas horas de sol, pois o peixe está lá com certeza. Estes pontos são os grandes “fast foods” dos lagos assim como os estreitamentos de corredeiras seguidos de poços nos rios definitivamente são como grandes restaurantes para as trutas.

A técnica para se utilizar no drop é simples: quanto mais tempo sua mosca nadar paralela à parede melhor e quanto maior profundidade atingir, melhor. Quanto mais errático e pausado seu movimento, mais efetiva se torna sua amostra.

Nas coberturas de margem, confio nos extremos, ou uso moscas de superfície com anti-enrosco passeando entre a vegetação e a água ou pesadas ninfas em movimentos ascendentes lentos e pulsantes.

Melhores Moscas e Trabalhos

Wooly buggers em diversas cores, tamanhos e pesos. – anzóis do #6 ao #12
Utilize movimentos curtos e freqüentes com algumas pausas para imitar alevinos, longos e pausados para imitar anelídeos e curtos e rápidos para imitar lagostins em fuga.

Jigs em diversas cores e tamanhos. – anzóis do #8 ao #12
Movimentos muito curtos, lentos e freqüentes próximo ás margens.

Deceivers e Minnows em diversas cores entre 4 e 7 cm. 
Trabalho curto freqüente e erráticos. Em moscas como a Clouser Minnow, desenhada pelo FlyTie Bob Clouser, deve-se dar ênfase ao movimento jig.

Poppers e Divers/Sliders em diversas cores e tamanhos – anzóis entre o #6 e #10.
Para os poppers, movimentos calmos e lentos, sem “popadas” muito agressivas, com pausas na ordem dos 5 segundos a cada dois ou três toques suaves, o ataque em geral acontece ao retomar o deslocamento e para os sliders, movimentos calmos e freqüentes ou calmos com pausas. Geralmente o ataque acontece dois ou três toques depois que o slider afoga. 

Melhores horários do Outono

Este é um assunto polemico, mas prefiro apostar nas horas mais frias do dia no começo desta estação, buscando pescar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde e a medida que a estação avança, vou mudando meus horários para os momentos de maior
temperatura até ficarem concentrados ao meio do dia no auge da estação. A explicação desta preferencia é simples. A temperatura de conforto para o Achigã é acima dos 16 graus, sendo que ao aproximar-se dos 10 graus célsius, ele migra para águas mais profundas em busca de estabilidade térmica. Porém continuam a visitar a superfície nos horários de maior calor nas estações frias para caçar e capturar grandes presas em tamanho ou em quantidade com conforto próximos à margem.

INVERNO

Céu cinzento, longos dias de chuvas. Algumas vezes um anil invulgar pinta o firmamento, usando nuvens multi-coloridas como mosaicos e mil luzes como adornos. Assim sei que chegou o inverno. Dentro de nossas casas, frente às lareiras, mal sentimos o frio que castiga tudo lá fora, mas quando chega o meio do dia, nos finais de semana, meu peito arde, com uma vontade incontrolável de me livrar deste casulo tão aconchegante e mal levanta o véu branco da manhã, dirijo-me para os lagos... O sol forte do meio dia há de me fazer valia.

Técnicas e comportamento

O inverno, na minha humilde opinião, é o osso do mosqueiro... não só nosso, como do pescador europeu em geral. O peixe mais ativo nesta época é a truta e o peixe sombra, mas um estará em defeso nesta altura e o outro é bem difícil de encontrar em Portugal, só mesmo bem ao norte do País.

Em geral, no inverno, apelo para a pesca de profundidade e ao invés de procurar o peixe nas estruturas, busco-o nos locais mais iluminados e irradiados pela luz solar nas horas mais quentes do dia, uma pequena janela de vida entre o meio dia e as duas ou três da tarde. Nestes horários, tenho a impressão que muitos indivíduos, aqueles que se recusam a entrar em estado letárgico ou que precisam desesperadamente se alimentar buscam manter sua rotina e não raramente, com uma freqüência maior que imaginemos e contrariamente a muitas teorias, cessam seu descanso e desafiam o frio das margens em busca de grandes presas que vão desde rãs, cobras, salamandras e até mesmo pequenos pássaros.

As grande ninfas quase não eclodem, quando a estação ganha força e o período de força pode durar mais de quatro meses dependendo do ano. Durante todo o ano de 2007, por exemplo, tivemos somente uma semana, talvez duas, de sol e calor intenso e a maior parte do verão passei usando agasalhos de lã para ir trabalhar, no inverno, nada me aquecia, por inúmeras vezes, vi-me forçado a sair de casa no meio da noite para buscar lenha no quintal para ajudar no aquecimento... Imaginem no lago.

Chegar a beira da lagoa e ver a geada ainda impondo-se á paisagem ao meio do dia é assustador. Nada se movimenta a não ser a folhas frente aos ventos freqüentes e cortantes, mesmo assim, existe um animal que ainda insiste em sair de seu lar para pescar. Que tipo de demente seria este. Bom, eu sou um destes insanos.

Uma situação extrema pede sempre medidas extremas... minhas primeiras abordagens, assim que chego ao lago, já que o tempo urge e nossa janela desaparecerá em breve é lançar minha isca mais barulhenta e rebolante no local mais raso, ensolarado e provido de algum resquício de vegetação e faço-a trabalhar com intensidade vibrante em movimentos decididos e com longas pausas... um animalzinho que luta desesperado, com sua últimas forças para escapar da água e evitar a morte certa desperta a atenção de qualquer predador atento. No inverno, os Achigãs não fogem tanto quanto no verão. Eles ficam, observam, e não pensam duas vezes quando decidem atacar, e quando decidem, vem ter á superfície ao contrário do que muitos pensam. Um peixe de hábitos beneditinos com o Bass, continua a exercê-los mesmo no inverno, se ele tem o hábito de visitar determinada vegetação a determinada hora ou temperatura do dia, continuará a fazê-lo mesmo no inverno... Os Achigãs velhos são teimosos e matreiros, não tem medo de caçar. Já os pequeninos que nos atrapalham o ano todo, nesta época, desaparecem, encostando-se ao fundo e se camuflam, escondem-se para não caírem entre os lábios de seus parentes mais velhos, que nunca dormem.

A medida que vou fracassando na superfície, vou afundando minha isca em direção a terrenos mais abertos e ainda banhados pelo sol, até colocar minhas moscas no fundo.

O mais importante desta época é ter a consciência de que o peixe quer realmente poupar energia, trabalhos muito lentos são os que surtem maior efeito, com pausas longas para dar tempo da isca afundar e dar tempo do peixe se decidir.

Estruturas, drops e coberturas.

Os pequenos se escondem neste locais, os grandes não tem medo de serem presas e ficam mais livres, muitas vezes com seus ventres recostados no fundo, apenas aguardando. Busco as estruturas somente na hora de pescar com moscas de superfície no inverno, para as demais moscas, me preocupo apenas com a posição do sol, ele deve estar alto para penetrar o máximo possível. Se estiver em um dia invulgarmente quente, bata junto a cada junco e cada galho que receba os raios solares. Evite as sombras. Se um Achigã tivesse tanto medo da luz do sol, como muitos “experts” dizem, não ficariam de lombo a mostra na superfície para se aquecer, quer seja, num rio, lago ou no seu aquário... por vezes preferem as sombras para se esconderem e se camuflarem melhor, mas isso é uma das muitas táticas que este animal utiliza para caçar ao longa da sua vida.

Melhores Moscas e Trabalhos

Bass Bugs em geral, de #8 a #4 – Energia nas tomadas e períodos de espera longos.

Bunny leach preta, castanha ou oliva de #10 a #6 – deixar descer até o fundo, recolher dando vivacidade ao trabalho jig e depois de algumas recolhidas lentas, deixar ela acentar ao fundo novamente.

Wolly bugger preta, castanha ou oliva de #10 e #8 – Trabalho curto, enérgico e contínuo, porém com maior tempo de espera entre as puxadas... o peixe tem que Ter tempo pra se decidir.

Anelídeos pretos, castanho e oliva, junto aos juncos, movimentos ascendentes em dias de muito calor - #8 #10 e #12

Melhores horários do Inverno.

O horário mais quente do dia. Sem sombra de dúvidas.

PRIMAVERA
Alvorecer luminoso,
verde novo nos cobrindo.
O dia nascendo ruidoso,
Aves e flores nos sorrindo.

Técnicas e comportamento

Embora o achigã seja alvo na primavera em muitas partes do mundo, aqui em Portugal, onde sua introdução foi e é proibida, existe o defeso para esta espécie. Um mundo de contradições que é melhor eu não comentar. Considero a pesca do Achigã na primavera, normal, não a considero excepcional, porque este animal é ativo na maioria das estações do ano principalmente no verão e no outono, a única diferença é que passamos a ver o peixe com mais freqüência nas margens freqüentando os ninhos ou construindo-os. Ficando mais fácil de localizá-los.

Mas não se enganem, um achigã no ninho não é certeza de captura. Acompanhei centenas deles nos ninhos e sei bem o que vou falar. O momento de maior tensão onde o bocudo morde qualquer coisa é no momento em que ele define seu território e começa a preparar o ninho, deste momento até o começo do cortejo, os machos são extremamente vorazes e territorialistas, já depois da desova, podes passar com o que quiseres na frente dele que ele nem vai ligar na grande maioria das vezes, pois ele considera a missão de cuidar dos ovos ainda não eclodidos acima de qualquer provocação, perseguindo muitas vezes percas e outros forrageiros, sem abocanhá-los, ou sem desferir um único golpe, somente com o intuito de afastar o provável gatuno...
Depois de duas a três semanas neste ritmo, sem praticamente se alimentar, as larvas eclodem e ele fica mais tranqüilo, vai cuidar dos juvenis nos próximos dias até eles perderem a bolsa protéica, também vai se alimentar muito pouco, mas vai fazer constantes saídas dos ninhos acompanhado por uma nuvem de peixinhos que serão também parte de seu alimento para se agüentar firme até o final da missão.

No começo da primavera, o Bass irá se alimentar muito, em especial as fêmeas e entrará num frenesi alimentar alucinante que irá durar uns 15 a 20 dias, depois deste período, somente no final da primavera voltarão a pico de atividade alimentar, primeiro os indivíduos que já desovaram e depois os mais atrasados.

A pesca na primavera da margem é bem excitante pois nos coloca cara a cara com o peixe, mas confesso que faz-se mais mal do que bem ao íctio ser pescado nesta época. E neste ponto, mora mais uma vez a hipocrisia de muitos ditos esportistas, pois se amam a espécie, deveriam querer o melhor para ela e não importuná-la na desova, que é um período dramático e muito exigente para com os peixes que permanecerão longos períodos sem comer, descansar ou se exercitar. Se perceber a luta que um Achigã grande dá na primavera, notará que em nada se compara à luta no Outono, pois tens um peixe, indefeso e fragilizado pela dura missão de manter a prole em segurança, sem dizer que nos rápidos minutos que ele se ausenta do ninho enquanto um dito “pescador esportivo” luta contra ele, as percas e larvas de libélulas acabam com todos os ovos, ou as larvas de separam em pequenos cardumes dispersos e não conseguem mais se reagrupar, sendo fatalmente consumidas antes do tempo, então é mais fácil concluir o seguinte:

Ao invés de se gabar que capturas-te um achigã de dois quilos na primavera, diga a verdade, diga que matas-te mais e 2000 futuros achigãs em menos de dez minutos, que foi o tempo que levaste para dominar, recolher, fotografar e soltar o peixe, sem dizer que o mesmo poderá estar desorientado e levar muito mais tempo para voltar ao ninho... O mesmo peixe no Outono, pleno de suas forças, te renderá uma luta justa por muito mais de dez minutos. Mas não ligues a isto, é sempre mais fácil matar um aleijado.

Estruturas, drops e coberturas.

Nesta estação somente os pequeninos, abaixo de 20 centímetros, que não tem porte para acasalar, estarão nas estruturas, os maiores estarão todos nas margens rasas em atividade de acasalamento, ou pré acasalamento. A última preocupação do peixe será em ficar perto da comida, ele quer um lugar limpo e bem iluminado para que ele possa ver tudo a sua volta e não ser pego de surpresa por caçadores furtivos. Faz seus ninhos onde haja muita luz e calor do sol para ajudar a eclodir mais rapidamente as larvas.

Melhores Moscas e Trabalhos

Pescar pequeno e lento.

Jigs #12 #14 e #16 – cores variadas e pálidas, movimentos curtos e lentos, preferencialmente com a ponta da vara.

Melhores horários da Primavera.

Lusco Fusco, ao amanhecer e ao entardecer, as horas em que a visão dele pode ficar embaralhada e o pescador pode contar com o fato da luz que incide a menos de 10 graus sobre a água não conseguir penetrá-la prejudicando a visão do peixe e fazendo-o ver seu próprio reflexo na superfície.

No começo da primavera, os horário no meio do dia são os mais indicados, e a medida que a estação avança os melhores horário vão se concentrando nas horas mais frias do dia.

VERÃO

Dias tórridos, campos infinitos em verdes densos salpicados com poeira, e nós, escravos de nossa vontade, alheios à verdade, tentamos esquecer que a vida nem sempre é tão boa quanto foi-nos pintada pelas alegres e risonhas pinceladas de nossa tristonha infância.

Técnicas e comportamento

Extremos. Esta é a palavra que na minha opinião define o inverno e o verão... não só pros peixe como para nós, pois deixamos de ir a pesca com tanta incidência nestas estações devido ás inconveniências climatéricas, evitamos o desconforto e não paramos para pensar que outros seres vivos fazem exatamente igual. Assim como no inverno, esta é outra estação de extremos... iscas extremamente rápidas, movimentos enérgicos e tamanhos grandes.

Fundo, pesca-se fundo durante o dia, deve-se levar a técnica ao extremo, buscando em cada cantinho que contenha sombra e considerando cada detalhe como uma potencial probabilidade de captura.

Em geral, vê-se vários elementos se deslocando em grupos de 2 ou 3 indivíduos que caçam encurralando as presas, os muito grandes permanecem escondidos e imóveis, raramente deixam os drops ou os fundos e fartam-se de comer lagostins que entram em atividade reprodutiva, deixando seus tons de castanho e oliva para assumirem profundos e reluzentes tons de vermelho pinhão.
há eclosões de grandes libélulas nesta época e as vermelhas são as preferidas, não sei porque cargas d’água, nunca vi uma imperador ser atacada, embora já tenha visto, centenas de vezes, saltos fantásticos para pegarem as vermelhas em pleno vôo. 
Ainda pesca-se pequeno nas margens, com imitações de girinos, rãzinhas e principalmente ninfas de libélulas, é normal vermos os peixe parados, estático, olhando fixamente para a vegetação, quando fazem isso, estão aguardando as eclosões e nesta época sim uso meu barômetro para me auxiliar, pois quando a pressão cai repentinamente, os insetos entram em tremenda atividade eclosiva, ativando os achigãs, as percas e outros animaizinhos que também vivem deles como as salamandras, os lagartos e os sapos... A água fervilha em vida no verão... nós é que não estamos habituados a observar e nos deixamos levar pela preguiça que esta estação nos provoca.

Grandes gafanhotos fazem-se notar na água, geralmente derrubados por ventos ou atacados por pássaros quando em pleno vôo... Se não tenho meu barômetro, me concentro nas aves, quanto mais razantes seus vôos sobre as águas, mais insetos estão eclodindo e me dirijo imediatamente para os juncos, pois sei que os Achigãs aguardam este momento.

É a época de se pescar rápido, é a época em que os animais estão cheios de vida, de força e precisando se recompor das desovas.

Verão. Superfície de manhã e fundo ao longo do dia. O sol forte passa a incomodar e as sombras e drop passam a ser freqüentadas para descansar, se proteger e caçar.

Estruturas, drops e coberturas.
Todas as estruturas e coberturas devem ser exploradas, de cima a baixo, pois o peixe está, em geral, disperso por toda a massa de água, em pequenos cardumes de até 3 indivíduos adultos, ou seja, acima dos 20 cm e cardumes de dezenas de indivíduos abaixo dos 15 cm, principalmente misturados entre as percas.

No sol forte, procure nas sombras e coberturas, no início da manhã e final da tarde, procure nos rasos e baixios com grandes imitações de lagostins ou minúsculas imitações de ninfas e anelídeos.

Melhores Moscas e Trabalhos

Wooly Bugger #8 e #10, bem lastradas, em nos de vermelho e chartreuse.

Poppers – diversas combinações e formas

Divers – diversas combinações e formas

Streamers – diversas combinações e formas

Melhores horários do Verão.

No começo da estação me concentro no meio do dia e a medida que a estação vai avançando vou me desviando para os extremos, ou para o amanhecer ou anoitecer.

Observações gerais deste artigo.

Arremessos, longos ou curtos...

Já pesquei grandes achigãs a distâncias consideráveis e a distâncias ínfimas, mas os maiores exemplares capturei entre 5 e 15 metros de distância. O que define isso é mais uma vez a mosca ou pluma que estiveres utilizando. Em geral, para streamers, os arremesso longos nos permite cobrir uma área maior, mas com ninfas, em lagos, os trabalhos a grandes distâncias ficam seriamente comprometidos e muitas vezes, quando tens uma amostra a grandes distancias seu reflexo e tempo de reação ao toque ficam comprometidos pela elasticidade relativa de seu conjunto: Ação da cana X seda X baixo de linha X tippet.
Quanto aos poppers, prefiro utilizá-los a médias distâncias, entre 10 e 15 metros, salvo quando não consigo me aproximar suficientemente da zona alvo. Mas em geral, não se obtém bom controle de trajetória com este tipo de moscas para grandes lançamentos, sobretudo em dias de vento.
A conclusão a este tópico cabe exclusivamente a preferencia pessoal do pescador, mas a maioria dos “bocudos” de respeito estão em baixo de nossos pés enquanto perdemos tempo varrendo vastos territórios com arremessos fantásticos.

Cor da água.
Há muito a se dizer sobre este fator, o assunto é tão vasto e embasado cientificamente que prefiro resumir tudo a somente dois itens, águas claras e águas escuras.
Em águas claras e de boa visibilidade, uso amostras de cores naturais e neutras, muitas vezes combinando com a cor do substrato, vegetações ou estruturas dispostas por perto e procuro pescar 100% no visual, sem falsas pretensões, se vejo o peixe ou estrutura arremesso, caso contrário, observo mais, permaneço fora da água oculto nas sombras da vegetação ciliar e evito ao máximo movimentos bruscos para não alertá-los quanto a minha presença. Em águas escuras, ou tomadas por partículas suspensas devido ao vento ou à presença abundante de planctons, uso cores vivas, em geral cítricas e pesco ao sentir.

Visão do achigã e linha de raciocínio.

Acuradíssima visão, contando com altos índices de cones e bastonetes para percepção e interpretação de cores e formas e um grande poder de memória. Lá por ser um dos íctios mais estudados do planeta, foi constatado cientificamente que o achigã é capaz de aprender e a reconhecer a diferença entre amostras e comida verdadeira através dos movimentos oscilantes, cores e sons emitidos pelas mesmas. 

Ferragens

Decididas e com sublime vigor, esta é a definição que encontro para explicar a maneira mais propícia de se fisgas um Achigã à mosca. Contra elementos de grande porte, tensione a seda e mantenha-a tensionada até o bruto se mover, o que pode levar até 5 segundos, dado ao fato de não possuírem grandes terminações nervosas nos lábios, geralmente, a ferragem só acontece verdadeiramente quando ele se vira e deixa a boca entreaberta tentando libertar o anzol para o meio líquido. Caso fisgues e afrouxe a linha, o Achigã pode perceber o logro e cuspir a amostra sem se ferir, pois fecha a boca hermeticamente sobre nossas delicadas plumas praticamente impossibilitando o deslocamento da mesma para agarra-se ao lábio e quando sente a tensão, noto que seu primeiro reflexo é a resistência a abrir a boca e não o contrário, como se esperasse instintivamente que a presa tentasse fugir e nutrisse uma nefasta expectativa por este momento. Quando ele sente que a pressão não diminui e que o desloca lateralmente, transforma-se em uma “locomotiva” e se desloca no sentido contrário da ferragem, abrindo ligeiramente a boca e deixando o anzol livre para se alojar normalmente no canto inferior da boca, uma vez alojado o anzol, o peixe nota que está preso e inicia sua curta e violenta luta para se libertar de nossos arremedos de vida que a quem chamamos carinhosamente por plumas.

Trabalhar o peixe.
Uma vez fisgado, nosso oponente não medirá esforços para se livrar de suas “algemas” e enquanto tiver forças jogará com todas as suas cartas. Como um lutador de Judo, irá usar o próprio peso a seu favor e nossa força contra nós, aproveitando nossas frenagens nas suas primeiras corridas para realizar verdadeiros saltos acrobáticos, promovendo momentos de tensão, onde qualquer deslize será seguido da perca do exemplar.

Enquanto o Achigã luta, devemos deixá-lo cansar-se sozinho, ao invés de lutar contra ele respondendo diretamente às suas corridas, devemos nos resignar ao fato de tomarmos posições defensivas para quebrar seu principais movimentos. Para evitar que ele pule, por exemplo, mantenha a cana sempre apontada para a água e para cansá-lo mais facilmente, tenha a seda tensionada sempre em posição contrária ao seu deslocamento.

Assim que sentires a redução de suas investidas, comece a recolher rapidamente, ele soltará seu peso na água deixando que você o puxe e permitindo que a água circule livremente por suas guelras para ganhar fôlego para uma última investida. Assim que o peixe sentir que a água está ficando rasa ou sentir a presença de estruturas à sua volta, seu instinto o levará a investir o restante de suas fichas no jogo, respondendo a sua resistência com um esforço inúmeras vezes superior ás primeiras corridas, mas com muito menos resistência, neste momento o predador vendo-se na pele da presa, parte para o tudo ou nada... Já tive achigãs de pouco mais de 2 quilos que chegaram a me derrubar dentro da água em sua investida final.

É importante termos em mente, muito antes da pescaria, o que faremos com o peixe capturado. Se estiveres pescando um peixe para seu consumo, as lutas podem se demorar um pouco mais, mas se estiveres pescando desportivamente, apenas pelo prazer das capturas e soltando os exemplares, encurte a briga ao máximo possível, pois o excesso de força por parte do peixe, liberará uma quantidade absurda de ácido lácteo em sua musculatura, podendo levá-lo a morte depois de solto, por exaustão.

Equipamentos 

Os equipamentos mais adequados para esta fase são os que oferecerem maior polivalencia, pois teremos condições adversas de pesca, desde enfrentar dias frios de vento, ou calor escaldante e desde o arremesso de ninfas em anzol para streamers #12 até Bass bugs super volumosos em anzóis #6 ou #4. Como este tipo de predador se encontra sobretudo em pântanos, lagos e albufeiras, as canas acima de 9’ pés são as mais adequadas. Em destaque os pesos das sedas desde #5 WF para pesca com pequenos streamers e ninfas, até #8 com sedas tipo Bass Taper ou Long Bellly Floating. Caso insista em pescar em profundidades maiores ou sinta necessidade em abaixar mais sua mosca uma WF-ST densidade III ou IV serão suficientes sem o inconveniente de desequilibrar seu casting.

Leaderes e tippet 

O Leader, ou baixo de linha deve ser bem feito e proporcional à sua mosca. Em geral, o leader mais polivalente que conheço é o Dave Witchlock 60/20/20, onde os primeiros 60% de Butt são planos, ou podendo ser constituído por dois monofilamentos de diâmetro adequado à sua seda, 20% de tapper, conseguido através da união de dois ou três diâmetros diferentes de monofilamento, dependendo da quantidade de energia que precises dispersar e os restante 20% de tippet, adequados à mosca que utilizares em uma única secção caso estejas a utilizar grandes streamers ou buggs ou em duas ou mais secções caso estejas utilizando ninfas emergentes ou outras pluma pequenas. 

O comprimento do Leader vai depender exclusivamente da mosca que utilizas, mas em geral, entre 6’ e 7’ pés para grandes streamers e buggs diversos, e a medida que a pesca for ficando mais acurada e exigente, solicitando iscas menores e de maior mobilidade, o comprimento do leader vai mudando, em geral aumentado, conseqüente a redução das moscas e podendo ultrapassar os 12’ pés tranqüilamente.

Particularmente, gosto da pesca na superfície, o que me leva a experimentar por vezes dissabores no quesito “produtividade”, conseguindo relativamente um baixo índice na freqüência de ataques ou fisgadas, porém quando sou recompensado faz-se valer cada segundo de paciência e dedicação, quer seja numa rusga contra audazes e combativos exemplares, quer seja na forma de ataques de singular violência diretamente da flor da água para a flor da pele, conectando-nos de volta à vida dada às acelerações repentinas pela adrenalina em nossos corações.

Vestimenta X Cuidados X Acessórios indispensáveis 

Assim como na pesca da truta, o mosqueiro prepara sua indumentária de combate, e cobre seu corpo com um pseudo-exoesqueleto a prova de água e frio imitando assim, de forma inconsciente, o principal biomecanismo de defesa de muitos insetos. Na pesca de lagos e pântanos algumas peças fazem-se igualmente obrigatórias e embora não seja aconselhável entrar na água nestes locais, devido freqüentemente a impossibilidade de se ver claramente onde se está pisando, por vezes somos obrigado a enfrentar terrenos que abrigam desagradáveis surpresas e casualmente encontrarmo-nos presos a fossos de areia movediça ou acabarmos por nos molhar acidentalmente em poças encobertas por vegetação aquática ressequida.

Para enfrentarmos estes problemas sem grande preocupações devemos precavermo-nos o máximo possível com especial atenção às dicas e sugestões abaixo:

* traga sempre calçados altos e resistentes. Botas tipo galocha ou botas altas ¾ são as melhores, pois mantém seus pés é roupas secas e limpas além de te conferir liberdade de deslocamento.
* Bolsa tipo saco lateral ou coletes com espaço e bolsos para suas caixas de mosca, água, fios diversos, capa de chuva ou agasalho extra é fundamental
* Barrete ou chapéu
* Óculos polarizados
* Alicates tipo fórceps ou pinça hemostática para retirar o anzol da boca do peixe
* Alicates de contenção tipo boga grip
* Saco estanque para câmara fotográfica e telemóvel
* Bússola e carta topográfica ou GPS de sobrevivência, no caso de ter que atravessar alguma floresta de pinhal a pé ou percorrer caminhos desconhecido até o pesqueiro.

Cuidados Especiais

* sempre avise a alguém onde irás pescar.
* Leve sempre o telemóvel carregado e não o deixe no carro.
* Não vá para lugares desconhecidos sozinho. Leve consigo seu parceiro de pesca preferido ou um amigo, nem que seja apenas para fotografar. Incursões “in solo” somente depois de conhecer bem o terreno.
* Leve sempre água, lanche e protetor solar
Amarre as chaves de seu carro junto ao corpo ou guarde-a em um local seguro ou bolso com fecho. Não confie esta responsabilidade a caixas, sacos ou itens que podem acidentalmente cair na água e desaparecer.

Soltar hoje e pescar amanhã.
Pescar e soltar não se trata simplesmente de poupar uma vida inocente, trata-se sobretudo de respeito pela vida, seja qual for ou sob qual forma esteja. Qualquer ser vivo tem direito à vida, e sendo os humanos, seres providos de raciocínio lógico e muitas vezes plenos de suas faculdades mentais, tornam-se conhecedores do certo e do errado, bem como bons executores do bem e do mal. Estando em posse deste “poder”, deveríamos ser mais conscientes e preservacionistas do que somos atualmente, e provarmos que podemos ser melhores do que nossos desejos primitivos por conflito, sangue e carnificina, pois no fundo, o que nos leva à pesca é a sede e o desejo por conflito, sede que muitas vezes se aplaca somente quando vemos nossos adversários dentre nossos dedos à mercê de nossa vontade. Apenas sede por conflito e prazer em caçar, perseguir, capturar e matar, pois ínfimos são os homens, hoje, que necessitam da pesca para sobreviver e menos ainda são aqueles que entendem que somos parte do todo e não apenas um ser isolado.

Se continuarmos capturando o abatendo todos os peixes que apanhamos, em um futuro próximo, nossos netos e talvez nossos filhos, conheçam determinadas espécies apenas por fotos em livros ou sites de Internet. É fácil cruzarmos os braços e dizermos que os culpados são os governantes, ou que é a Policia Florestal e Marítima que não cumprem seu papel punindo os pescadores profissionais ou pescadores clandestinos que utilizam redes em locais proibidos e todos aqueles discursos que ouvimos sempre que nos encontramos com amigos, quer seja em rios ou no mar. Mas em nenhum momento apontamos o dedo para nosso reflexo no espelho, nem tentamos nos conscientizar de que o erro talvez habite em nossa atual cultura extrativista para tentar conter nossos impulsos carnívoros. Não solte seus peixes por você, solte seus peixes pelo seu filho e pelo seu neto e ensine os pequenos a pescar e soltar, pois a nossa geração nós não conseguiremos mais frenar ou consertar, mas podemos tentar certamente plantar uma semente chamada esperança nas gerações vindouras, frutos de nossos filhos, netos e amigos.

PESQUE E SOLTE SEMPRE!!! Se não todos, apenas os peixes abaixo das medidas mínimas e a medida que fores pescando e soltando, aprenderás a considerar e respeitar seu oponente como a um amigo e amanhã virá a surpreender-se soltando seu maior exemplar do dia, todos os dias.

Administração do lixo pessoal/ Proteção do ambiente.

Antes de sair de casa, certifique-se de que em sua, bolsa, saco ou colete existe algum recipiente plástico para o adequado descarte de seus resíduos. Leve seu lixo de volta para casa com você ou até o eco-ponto mais próximo após cada pescaria e se tiver ainda espaço no seu saco plástico, aproveite para apanhar mais algum lixo que esteja solto a sua volta e que fora esquecido, perdido ou deixado por algum pescador sem nenhum compromisso ou respeito pela natureza. Se cada um de nós apanhar ao menos um resíduo que hipoteticamente não nos pertence faremos nossos rios e lagos locais muito mais limpos e bonitos. Digo hipoteticamente pois a princípio qualquer resíduo gerado por um ser humano é de responsabilidade geral, não importando se o lixo está aqui ou a dez mil quilômetros de você, pois apesar de grande, o nosso mundo é um só.

(fonte: http://flyfishingbrasil.net/site3/index.php?option=com_content&view=article&id=84:black-na-mosca&catid=25:matas&Itemid=36)
















segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Camisetas Repelentes de Insetos: sua pescaria sem picadas!

AYA REPEL

Tecidos impregnados com exclusiva fórmula repelente, que impedem eficazmente a aproximação de insetos, sem os inconvenientes dos métodos convencionais. AYA REPEL é composto contém reagentes completamente inofensivos à saúde e ao meio ambiente, podendo ser usado por todas as pessoas expostas ao ataque de insetos, como crianças, idosos e gestantes. Tem ação efetiva e comprovada contra os seguintes insetos: Aedes Aegypt, muriçocas, borrachudos, baratas, tsé-tsé, pulgas carrapatos e piolhos, causadores de dengue, leishmaniose, febre amarela, malária, entre outras doenças. AYA REPEL resiste até 50 lavagens. 









Veja os vídeos:

http://www.aya-tech.com.br/videos.php



Interessante não é? Fale com eles, peça já a sua camiseta repelente, proteja a você e sua família!


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Fly Fishing na Revista Dinheiro Rural

Não é a primeira vez que me envolvo com matérias em revistas, mas essa foi diferente por falar de pesca num veículo que não é dirigido ao pescador. A Revista IstoÉ Dinheiro Rural é voltada ao empresário do agronegócio e a matéria diz que “segundo o ministério da aquicultura e pesca essa modalidade [fly fishing] tem tudo para ser uma das coqueluches do turismo rural moderno”.



Eu não tenho nada haver com mercado de turismo e muito menos de materiais de pesca, mas penso que alguns saberão aproveitar o momento enquanto outros vão perder o bonde porque continuam nivelando a si mesmo e aos outros por baixo. Aqueles que focarem em qualidade técnica e de materiais, lembrando que qualidade nem sempre anda de mãos dadas com preços altos, encontrarão seu espaço sob o sol; Enquanto aqueles que continuarem se jogando na vala comum do mercado de pesca continuarão chafurdando na lama.
No final de 2009 eu recebi um email de uma Jornalista da Revista Isto é Dinheiro Rural, perguntando se eu poderia responder algumas perguntas sobre fly fishing, era uma entrevista para uma revista de agronegócios. Ela enviou algumas perguntas e pediu algumas fotos sobre o tema, uma semana depois ela retornou dizendo que o material era muito bom e que a matéria sairia na edição de janeiro/2010. To com a revista nas mãos e a matéria me agradou muito, a foto de 2 páginas do Lincoln Koga ficou muito legal, devo admitir, mas a minha ainda é mais bonita. Além de mim e do Lincoln a matéria cita também o Morelli da Fly e Cia e sua filha Vanessa.
O texto é simples, mas esclarecedor e instigante, escrito para fisgar aquele que vê mais importância no “como” do que no “o que” (ou para aqueles acham que os fins NÃO justificam os meios), mas também deixa claro que se pesca de lambaris a xaréus passando pelos tucunaré, tilapias, robalos e enchovas.
A matéria fala bastante sobre virtudes pessoais como perseverança, entusiasmo pelo constante aprendizado, contemplação, disciplina e treino. É muito feliz em citar Hemingway e sua visão de que o fly fishing, mais do que uma modalidade de pesca é um estilo de vida. É uma matéria que contribui com a pesca com mosca brasileira muito mais em qualidade do que em quantidade, e eu gosto de participar disso. Parabéns a todos que contribuíram mais um pouco para o crescimento da qualidade da pesca com mosca no Brasil.
(fonte http://flymagazine.com.br/fly-fishing-na-revista-dinheiro-rural/ )